É muito comum que relacionamentos tenham uma fase (ou mais de uma) em que o sexo não é uma montanha-russa de emoções. Se isso está acontecendo com você, não se desespere; saiba que muita gente passa por esses momentos e sente necessidade de apimentar a relação. E lembre-se: ter uma fase mais fria não significa que o relacionamento esteja falido. Também não significa que o sexo nunca mais voltará a ser intenso.
O seguinte cenário pode ser bem familiar: vocês se dão bem, estão construindo uma vida e mesmo assim o sexo não rola tão facilmente? Ou você sente que seu par te ama, mas não gosta mais do sexo? Isso pode acontecer até mesmo em relacionamentos recentes, com poucos meses ou anos.
É possível que vocês estejam conquistando tantas coisas que o sexo acabou ficando um pouco de lado. Se a rotina sexual está te incomodando, este texto pode te ajudar com algumas atitudes eficientes para apimentar a relação. Alguns passos elencados são simples, outros mais complexos, mas evitamos colocar aqui soluções fúteis, clichês ou pouco realistas.
Infelizmente muitas pessoas passam a vida inteira sem buscar resolver problemas sexuais, porque não somos incentivados a tratar desse assunto com naturalidade. O primeiro passo você já completou: se chegou neste texto, você percebeu o problema e está em busca de solução. Essa é uma medida super importante e significa que provavelmente você conseguirá ter a vida sexual que deseja. Basta ter paciência, não desanimar nem desistir.
1. Não abandone partes essenciais da sua personalidade
Antes de mais nada, se você não nunca ouviu falar da psicoterapeuta Esther Perel, vale muito a pena conhecer seus ensinamentos. Ela é uma profissional séria, que não apela para superficialidades e é especialista em sexualidade dentro de relacionamentos duradouros. A Esther fala de forma detalhada sobre esse assunto no livro Sexo no Cativeiro – como manter a paixão nos relacionamentos?. Para escrever este artigo, eu li a obra e retirei dela alguns pontos centrais (aliás, são os melhores conselhos que já li sobre o tema).
Primeiramente, um dos pontos que Esther aborda é a importância de manter a identidade e individualidade dentro de um relacionamento de longo prazo. Conforme a relação vai se tornando mais séria, às vezes abrimos mão de características muito nossas.
Até mesmo atitudes e objetivos pessoais que não possuem ligação com o sexo são essenciais para que nosso parceiro nos admire sexualmente, segundo Esther. Inclusive quando o próprio parceiro pleiteia uma determinada mudança. Lembra da música “deixei de ser cowboy por ela”? É sobre um homem que deixou a montaria de lado para agradar sua companheira, mas no fim concluiu que “por eu não ser mais peão, ela resolveu me abandonar”.
Esther Perel defende que o desejo sexual despenca quando o casal elimina totalmente a distância da vida um do outro. Por isso, tenha sempre em mente coisas que você não gostaria de largar, pois te fazem bem e não prejudicam sua vida ou a do parceiro. Procure também cultivar momentos agradáveis na sua vida sem o seu companheiro. Dessa forma, juntos, vocês podem trabalhar as inseguranças que venham a surgir nesse processo.
Dica da especialista
Minha convicção, reforçada por vinte anos de prática, é que, enquanto criam segurança, muitos casais confundem amor com absorção. Essa confusão é um mau presságio para o sexo. Para ser mantido, o impulso para o outro precisa atravessar uma sinapse. O erotismo exige distância. Em outras palavras, o erotismo viceja no espaço entre o eu e o outro. Para entrar em comunhão com a pessoa amada, precisamos ser capazes de tolerar esse vazio e seu véu de incertezas.
Esther Perel
2. Entenda se você e seu par estão bem
Um aspecto que você precisa observar para tentar melhorar sua vida sexual é pensar se seu relacionamento está bem nas mais variadas esferas. Vocês estão em fases legais da vida? Vocês se respeitam? Se amam? Consideram-se atraentes um para o outro? Estão bem psicologicamente? A saúde física está boa? Se a resposta a essas questões for afirmativa, você pode seguir tranquilamente para os próximos passos.
Entretanto, se algum desses aspectos não estiver bem, você também pode seguir em frente, mas terá que tomar o seguinte cuidado: invista em soluções para os demais problemas. O cérebro é o principal órgão sexual e é por isso que a vida íntima pode acabar prejudicada em meio a preocupações. Muitos homens ficam ansiosos com o próprio ato sexual, preocupados em como prolongar a ereção. Já as mulheres podem não conseguir se soltar devido à ansiedade causada pelas diversas imposições sociais.
Essa ansiedade é diferente daquela adrenalina gostosa que sentimos quando estamos com saudade do parceiro, ou quando cada um está vivendo sua própria vida. Essa sim deve ser mantida!
Neste artigo, a psicóloga Marjorie Carvalho fala sobre problemas que podem surgir no sexo quando estamos ansiosos. Ela diz:
Precisamos lembrar que na excitação os órgãos sexuais recebem muito sangue e aí então ficam intumescidos. Qualquer tipo de ansiedade é capaz de drenar todo o sangue do pênis ou da vulva, tornando inviável uma ereção ou lubrificação.
Marjorie Carvalho
A falta de desejo sexual pode ser sim “coisa da sua cabeça”— mas nesse caso representa problemas que precisam ser tratados. Cuidar da saúde mental é tão essencial para sua vida sexual quanto comer bem ou se exercitar. Você pode fazer isso através da terapia com um profissional de saúde e também adotando cuidados simples com a sua sexualidade; sobre isso falaremos a seguir.
3. Conheça seu corpo antes de tentar apimentar a relação
Assim como é importante amar a si mesmo, é fundamental que você saiba como ter prazer sozinho para alcançar uma vida sexual plena com outra pessoa (ou outras). Aliás, é muito importante que mesmo tendo um parceiro sexual você se masturbe com frequência. A ideia de que pessoas comprometidas não precisam se masturbar, ou que a masturbação pode ser fonte de ciúmes entre os casais, é uma das crenças que mais prejudicam o sexo nos relacionamentos.
Este artigo cita estudos que apontam que a masturbação, quando praticada de forma saudável, pode ter vários benefícios para a saúde. Em resumo, ela pode melhorar o humor, aliviar dores menstruais, diminuir o risco de câncer, melhorar a qualidade do sono e diminuir dores de cabeça. Além disso tudo, ela também melhora o sexo.
A masturbação pode facilitar a obtenção do orgasmo feminino. Isso porque com o conhecimento adquirido no modo “solo”, a mulher consegue dirigir melhor a transa para atingir o clímax. A masturbação também estimula a musculatura do assoalho pélvico, o que ajuda a gozar mais e melhor.
Para os homens, a prática pode retardar o tempo de ejaculação; isso é obtido com a prática de segurar o orgasmo nas primeiras vezes que sentir que ele está próximo e só liberar depois de uma ou mais tentativas.
Dica extra
- Mas por onde começar a ter uma rotina variada e gostosa de masturbação? Nosso Guia de Masturbação é um presente para você elevar o nível desse momento íntimo. São 26 técnicas, sendo 13 para homens e 13 para mulheres. Também já falamos aqui no blog sobre vídeos para se masturbar e sobre o melhor vibrador para gozar.
4. Conheça novas formas de dar e receber prazer
É muito comum que o casal acabe adotando uma forma padronizada de fazer sexo, com uma sequência de ações muito parecida entre uma transa e outra. E não pense que isso é algo totalmente ruim, lembra que na primeira vez às vezes acontece de vocês não se encaixarem muito bem? Conforme o relacionamento avança, o casal vai aprimorando as formas de obter prazer até chegar em um modelo ideal.
E talvez seja justamente esse “modelo ideal” que te mantém junto com seu parceiro, afinal os dois acabam se tornando especialistas em dar prazer para o outro e esquecem de testar novas maneiras. Sabe quando algo é tão bom que acabamos nos acomodando? Significa também que vocês já apimentaram a relação sem perceber e aí chegaram nessa sintonia ideal. O resultado pode ser este: atingir o orgasmo se tornou mais fácil, mas a emoção da transa desapareceu. Essa rotina sexual repetitiva tira o fator de surpresa no sexo, gerando tédio e frustração.
Assim sendo, é importante que os dois estejam abertos a fazer inovações. Aliás, nesse quesito a Rati pode te ajudar. Você pode começar a fazer nossos cursos mais básicos e depois passar para os mais avançados.
Cursos de sexualidade
- Neste curso para iniciantes, você aprenderá a usar os brinquedos eróticos com uma especialista em sex toys.
- Que tal aprender ou presentear seu par com o curso “Dedo de Ouro – Língua de Diamante”? As técnicas de estímulo que você vai aprender vão te levar a ter os melhores orgasmos da sua vida.
- Para os homens que estão buscando como evoluir com uma mulher ao seu lado, na cama e também na vida, o curso de sexo tântrico é perfeito. O objetivo é expandir a capacidade de sentir e dar prazer nas relações.
5. Cuide do vício em redes sociais para ter uma vida sexual melhor
Calma, você não foi parar em mais um artigo conservador que demoniza a internet. É fato que as redes sociais nos trazem alguns benefícios, como a facilidade de manter a comunicação e o fluxo de informação. No entanto, o uso exagerado pode afetar negativamente muitas áreas da vida, inclusive o desejo sexual. Este artigo é super interessante e fala sobre as diferentes maneiras que o uso intenso das redes sociais acaba afetando a vida sexual.
Nele, especialistas explicam que o “roubo de tempo” promovido pelas redes sociais atrapalha a intimidade entre os casais. Quantas vezes você já não jantou com seu parceiro ao mesmo tempo em que olha as redes sociais? Ou viram um filme sem prestar muita atenção graças às conversas do Whatsapp ou ao feed do Instagram? Pouco a pouco, esse hábito diminui a conversa presencial, os olhares e os toques entre vocês. E é nesses intervalos que o tesão pode surgir — mas não se você ocupá-los rolando infinitamente seu feed. Esse tempo roubado muitas vezes é justamente o tempo que dedicávamos antigamente a momentos de proximidade.
Além disso, o vício em redes sociais pode aumentar a insegurança ao distorcer nossa imagem corporal e nos distanciar da nossa própria sexualidade pela oferta irreal de corpos que vemos diariamente na internet.
6. Conheçam as fantasias sexuais um do outro (mas nem tanto)
Quando temos algum fetiche, é normal que a gente se sinta culpado ou estranho, mas vale lembrar que ter fantasias sexuais é super comum. Em um estudo da Universidade Ball State, 89% dos participantes afirmaram que gostariam de realizar sexo a três. Já falamos aqui no blog sobre ménage e orgia, inclusive. As fantasias que envolvem BDSM também foram bastante citadas na pesquisa, assim como o sexo em lugares públicos.
Casais que não sabem nada sobre suas fantasias em comum acabam sendo presas fáceis do marasmo sexual. Do mesmo modo, aqueles que exigem saber tudo o que se passa na cabeça um do outro tendem se interessar menos pelo sexo. É importante manter um “eu sexual” independente, ou seja, fantasiar de forma livre sem sentir que está traindo o parceiro. Sobre isso falaremos no próximo passo.
Um dos benefícios da realização de fantasias é o aumento da cumplicidade entre o casal, pois realizar juntos algo que é considerado pervertido e proibido pode fortalecer a relação. Mas como abordar o assunto? Falar pela primeira vez sobre fantasias é mais seguro quando ambos estão excitados, seja durante as preliminares ou em uma conversa mais safada ao longo do dia. Mas se você sente que seu fetiche é algo muito incomum e pode não ser aceito pelo parceiro, que tal começar devagar?
Uma sugestão da Esther Perel é criar um perfil virtual ou um email novo, reservado exclusivamente para diálogos eróticos. Um espaço que seja separado dos problemas, conversas cotidianas e outros assuntos. Alguns casais apostam até em pseudônimos para deixar a brincadeira mais interessante.
Dica da especialista
Quero que usem o espaço da internet para despertar curiosidade, um sentimento de aventura e um tipo de ansiedade sadia. A escrita tem muitas vantagens sobre a fala. Você diz tudo que quer, trabalha sua resposta e, ao escrever, dá voz a coisas que seus lábios não ousam pronunciar. A escrita dá um distanciamento intrínseco, e torço para que isso desmonte as inibições.
Esther Perel
7. Mantenha seu “eu sexual”
Assim como é importante conhecer os desejos em comum, é fundamental que seu parceiro te enxergue como um ser humano com vida sexual própria. Todo mundo já ouviu uma mulher mais velha elogiar um homem bonito, ser censurada por alguém e então soltar a seguinte frase: “estou casada, mas não estou morta”. Ou seja, quem “morre” para si mesmo inevitavelmente também “morre” para seu parceiro.
Independentemente da escolha de expor ou não as fantasias sexuais, Esther Perel afirma que é extremamente importante que cada um mantenha sua autonomia sexual. Isso porque muitas pessoas que são comprometidas vão a extremos e desaprendem certas atitudes inocentes. Admirar a beleza, imaginar se outras pessoas transam bem, dançar, se arrumar de forma sedutora sem ser para o parceiro… Afinal, a sexualidade não se resume ao momento da transa; uma infinidade de atitudes que nos trazem bem-estar formam esse “eu sexual”. E nada disso tem nada a ver com traição, como explica a terapeuta.
Dica da especialista
Nossa imaginação erótica é uma expressão exuberante de nossa vitalidade e uma das ferramentas mais poderosas que temos para manter vivo o desejo. Dar voz a nossas fantasias pode nos libertar de muitos obstáculos pessoais e sociais que nos impedem de chegar ao prazer. Entender o que nossas fantasias fazem para nós ajuda-nos a entender o que buscamos, sexual e emocionalmente. Em nossos devaneios eróticos, encontramos a energia que nos mantém apaixonadamente despertos para nossa própria sexualidade.
Esther Perel
8. Saiba como apimentar a relação com coisas grátis
Procurar um terapeuta sexual, fazer cursos de sexualidade ou comprar produtos de sex shop nem sempre está ao alcance da nossa conta bancária. Pensar nos tópicos mais profundos é importante, mas adotar hábitos lúdicos também pode ajudar a apimentar a rotina. A boa notícia é que existem muitas opções grátis para melhorar o sexo no relacionamento.
Uma delas é testando novas posições sexuais, como já falamos em nosso blog na matéria sobre as melhores posições sexuais para ter relações. Posições sexuais diferentes prometem não só espantar a rotina no namoro ou casamento, mas também proporcionar novas formas de prazer. Por exemplo, a posição 69 é um ótimo começo: se você e seu parceiro nunca experimentaram, não percam mais tempo. A vida é curta demais para fazer sexo oral sem nunca receber esse estímulo ao mesmo tempo.
Outra ideia gratuita para apimentar a relação é apostar nas massagens sensuais, como a massagem tântrica ou a massagem nuru. Os conhecimentos do Kama Sutra também podem ser muito úteis para aumentar sua bagagem sexual.
Dicas de massagem sensual
- Para fazer uma massagem sensual, primeiramente é importante que você e o parceiro estejam relaxados, em um ambiente silencioso, com pouca luz e até uma musiquinha relaxante se vocês curtirem. Comecem respirando simultaneamente e relaxem. Os primeiros toques devem ser suaves e com as pontas dos dedos, comece passeando por todo o corpo.
- Depois, comece a acariciar as partes mais sensíveis, como coxas e peito. Preste atenção no ritmo e força aplicados: a velocidade deve ser constante e ir mudando aos poucos para deixar a massagem mais intensa. A força deve ser moderada; massagens fracas ou fortes demais podem não agradar de primeira. Quando a respiração estiver acelerada, volte a provocar com as pontas dos dedos. Utilize também partes do seu corpo para massagear.
- Aí sim parte para a região genital, começando devagar e intensificando os estímulos. Assim, você pode optar por proporcionar um orgasmo somente com a massagem ou utilizá-la como preliminar. Você pode apostar na massagem sensual sempre que sentir que o outro precisa relaxar.
9. Use aplicativos grátis para apimentar a relação
Apps para casais são uma opção que muita gente ainda não conhece. São uma alternativa gratuita e de fácil acesso aos jogos de sex shop, já que muitas vezes são brincadeiras inexplicavelmente caras. Para este artigo, testamos dois apps para esquentar a relação.
Um dos aplicativos que testei foi o Jogo de Sexo. Ele é bem dinâmico e conta com opções interessantes do jogo “verdade ou desafio”. No modo gratuito é possível jogar apenas a versão leve do jogo, que tem perguntas e desafios mais amenos, ideais para quem quer começar devagar. Alguns exemplos dos desafios oferecidos são: morder levemente a orelha do parceiro, dizer frases sensuais e até brincadeiras como beijar as costas do parceiro formando um número, que ele terá que adivinhar. Quem escolher a opção “verdade” poderá ter que responder perguntas como “o que você sentiu no primeiro beijo de vocês?” e “você já tomou banho sem roupa em um lugar público?”.
Já o app Dados Eróticos é a versão digital e gratuita dos clássicos dadinhos safados de sex shops. Ele combina três variáveis: ação, parte do corpo e local ou maneira. A sorte vai dizer o que você deve fazer no parceiro. Algumas combinações que os dados oferecem podem ser até meio estranhas, como “lamber a mão na cama” (talvez seja um alívio cômico interessante). Outras são mais clássicas, como “lamber pescoço lentamente” e “apertar nádegas debaixo do edredom”. Algumas propostas envolvem fatores extra e inusitados como “tocar seios com chantilly”. A parte chata é que o app conta com anúncios que às vezes aparecem entre uma jogada e outra.
10. Aprenda a falar coisas safadas para apimentar a relação a distância
Já mencionamos aqui que o cérebro é o maior órgão sexual, certo? É por isso que o “sexo verbal” faz tanto sucesso. Ele é super importante quando estamos longe da pessoa que desejamos. Também tem muito valor na hora do sexo, seja para torná-lo mais safado ou para fazer o parceiro entender o que você gosta.
Quem não sabe como se iniciar na arte de falar safadezas pode estar sofrendo pela timidez ou pelo medo de não agradar. Por isso é importante começar sentindo o terreno. Se for mandar uma mensagem safada pela primeira vez, pode ser uma boa usar algo como “hoje meu corpo acordou com saudade do seu, será que o seu também está com saudade do meu?”. Ou começar puxando assunto: “que vontade de deixar você fazer o que quiser comigo. O que você faria?”.
Se vocês ainda não têm muita intimidade ou não praticam esse tipo de conversa, evite termos que podem soar ofensivos e aborde a pessoa de modo a valorizá-la. Se você gostou de algo que já rolou no sexo entre vocês, comente: “acabei de lembrar daquele dia que você fez ‘tal coisa’, bateu até uma vontade de fazer de novo”. Isso pode estimular a pessoa a fazer mais vezes.
Durante a transa, uma boa dica para quem tem vergonha de falar de forma mais sensual é evitar encarar o parceiro olho no olho. Quando vocês estiverem excitados, vá no ouvido dele e fale do que está gostando. Ou proponha usarem vendas, pois isso pode encorajar vocês a falarem mais.
Dica extra
- Outra dica legal para começar é não ter vergonha de emitir respirações mais sonoras e alguns gemidos durante o sexo. Isso ajuda o outro a perceber se você está curtindo e aumenta a excitação. Ficar 100% calado ou gemer muito alto o tempo todo pode ser cansativo e soar forçado, então não custa ir com calma e sentir o terreno primeiro.
11. Mantenha o bom humor e fique mais atraente para o parceiro
Fazer rir é uma qualidade tão atraente quanto beleza, inteligência e simpatia. Pelo menos é o que descobriu uma pesquisa conduzida por um serviço de encontros online dos EUA, o Match.com: 70% das mulheres solteiras afirmaram que têm maior chance de se apaixonar por alguém que consegue fazê-las rir.
O bom humor é super importante na conquista, mas muita gente acaba deixando ele de lado depois de estabelecer um relacionamento. É compreensível quando você já sabe 90% do repertório de tiradas do seu parceiro. No entanto, bom humor não se resume a piadas, ele é muito mais abrangente.
A tendência de alguns casais que convivem há muito tempo é acumular grosserias e pequenos desrespeitos que vão se somando até virarem algo muito broxante. Pense nas pessoas mais sexy que você conhece, como elas agem com você? Provavelmente de um jeito envolvente e polido. Ou de um jeito despreocupado, não se estressam facilmente com coisas pequenas.
Assim sendo, quando você precisar tocar assuntos chato ou reclamar sobre algum comportamento, que tal tentar abordar o tema de uma forma mais descontraída? Vale lembrar que isso só é possível em relacionamentos minimamente justos e equilibrados. Relacionamentos abusivos não podem ser colocados nesse balaio.
Ter uma conversa séria é fundamental para resolver problemas no relacionamento. Nem sempre estamos preparados para comunicar as coisas de forma não violenta, mas a empatia precisa ser parte da comunicação do casal. Além disso, algumas pessoas aceitam melhor as críticas quando são feitas de forma mais amena.
12. Não pense que o sexo precisa sempre ser espontâneo, planeje
“Meu companheiro não me procura mais, antes tudo acontecia sem a gente precisar se esforçar”. “Minha parceira antes ficava excitada com tudo, mas hoje em dia o sexo virou uma saga”. Esses dois tipos de afirmação são comuns na vida dos casais que estão juntos há muito tempo. A primeira coisa que nos vêm à cabeça quando o sexo fica mais monótono é “por que não é fácil como era antes?” Esther Perel afirma que essa espontaneidade que acreditamos que existia no começo da relação na verdade era fruto de muito planejamento inconsciente. No começo, a vontade de agradar nos mantêm empenhados, aí tudo parece acontecer de forma mágica.
Para ela, a sexualidade é uma área que exige total engajamento. É comum que um dos membros do casal se acomode e apenas o outro se esforce para criar situações sedutoras. Mas é importante que os dois entendam que a falta e a desigualdade de esforço mata aos poucos sensação de espontaneidade e diminui o desejo sexual.
Dica da especialista
Quando meus pacientes ficam nostálgicos sobre aquele tempo em que o sexo pegava fogo rapidamente, lembro-lhes que, mesmo naquela época, a espontaneidade era um mito. O que quer que acontecesse “na hora”, em geral, era resultado de horas, se não dias, de preparação. Que roupa, que assunto, que restaurante, que música? Aquele planejamento todo — aquela produção detalhadíssima e muito criativa — era parte da preparação e do desfecho.
Esther Perel
13. Aposte na diversão para ter o bom sexo de volta
Conforme o relacionamento se torna mais importante, pode ser que você comece inconscientemente a abafar aquela parte mais brincalhona e até mesmo suja que havia no sexo entre vocês. Afinal, há muita coisa em jogo: vida a dois, amigos e família em comum, casa, gravidez, filhos… Quanto mais elementos, maior o risco. Assim, podem surgir pensamentos do tipo “como assim eu vou ter taras inomináveis pela mãe dos meus filhos?” ou “não posso ser uma ‘puta’ na cama, afinal sou uma mulher de respeito”.
Em conclusão a seu excelente livro, Esther Perel dá diversos exemplos de casais que mesmo após décadas de convivência ainda sentem um enorme tesão pelo outro. Ela cita casais que mantêm hábitos simples como transar em lugares inusitados, como no carro, o que ajuda a manter a chama acesa.
Dica da especialista
Para todos esses casais, a brincadeira é fundamental para seu relacionamento, e o erotismo vai além do ato sexual. Sua transa pode ser solene ou súbita, com alma ou utilitária, convencional ou transgressiva, carinhosa ou quente. O fundamental é o sexo ser prazeroso e convidativo, não um dever. Eles veneram o erótico, mas adoram sua irreverência. Gostam de transar, sobretudo um com o outro, e se dão ao trabalho de alimentar um espaço erótico.
Como qualquer outro casal, esses também passam por períodos em que o desejo fica adormecido — em que uma parte se afasta da outra, ou simplesmente cada uma delas está mergulhada em seu projeto particular e em sua vida —, mas não se apavoram achando que há algo fundamentalmente errado com eles. Sabem que a intensidade erótica cresce e míngua, que o desejo é sujeito a eclipses periódicos e desaparecimentos intermitentes. Mas, se lhe dão atenção suficiente, eles conseguem recuperar o frisson.
Para eles, o amor é um vaso que contém segurança e aventura, e o compromisso oferece um dos grandes luxos da vida: tempo. O casamento não é o fim de seu romance; é o início. Eles sabem que têm anos para aprofundar sua ligação, para fazer experiências, para regredir e até falhar.
Esther Perel
Conclusão sobre como apimentar a relação
Se você leu todos os passos mencionamos neste artigo, pode ser que você esteja indeciso sobre qual deles adotar. Ou ansioso para colocar tudo isso em prática. Mas não se desespere, você não precisa incluir tudo isso na sua vida.
Você e seu par podem adotar as medidas mais sérias, como uma conversa franca ou psicoterapia, ou as mais simples, como brincadeiras e aplicativos. Seja como for, o importante é que cada casal perceba suas necessidades e que nunca deixe de se preocupar com esse aspecto da relação.
Enfim, a conclusão mais importante deste artigo é que a sexualidade seja sempre fonte de cuidado das duas (ou mais) partes envolvidas. E lembre-se: cuidado não significa simbiose, afinal é na distância que nosso desejo sexual é reavivado.